Olhar Direto

29/12/2010
Olhar Direto
 
Mar Morto, Monte Nebo e Rio Jordão: encantos do deserto
 
A Terra Santa reserva histórias e diversão a seus visitantes
 
Imagine uma praia onde o banhista pode se hidratar com uma lama medicinal e depois nadar sem risco de afundar nas águas mais salgadas do mundo. Esta situação hilária pode ser experimentada no Mar Morto, localizado no meio do deserto e há 400 metros abaixo do nível do mar na fronteira entre Israel e a Jordânia.

Além de ser o leito de água mais salgado do mundo, onde não existem peixes nem outro tipo de vida marinha, ele é o ponto mais baixo da superfície da terra, onde recentemente foram descobertos manuscritos do Al Corão e da Torah, os livros sagrados de muçulmanos e judeus.

Apesar da denominação mórbida, as propriedades medicinais das águas e da lama do Mar Morto são inegáveis. Pelo menos 35 tipos diferentes de sal mineral (como aqueles encontrados nos oceanos) estão presentes em quantidades massivas. Alguns dos minerais presentes incluem potássio, bromo, cálcio, magnésio e iodo.

Saindo de carro de Amman, capital da Jordânia, o visitante leva pouco menos de uma hora para chegar à praia, onde uma grande variedade de resorts e hotéis cobra taxas que variam entre 40 e 120 reais para o acesso ao balneário. Por estar cercado por uma cadeia de montanhas, o banho é comum inclusive no inverno, quando as temperaturas ficam em torno dos 22 graus. No verão, a sensação térmica é de 50 graus.

Antes de chegar ao Mar Morto é possível também fazer um pequeno desvio no tempo e subir ao topo do Monte Nebo, há 1200 metros de altitude, local onde vivem muitos beduínos. Segundo a Bíblia, foi do topo do Monte que o profeta Moisés avistou a Terra Prometida.

Próximo ao Nebo e ao Mar Morto, outra parada obrigatória é local no rio Jordão, onde Jesus Cristo foi batizado por João Batista.

Resquício de um tempo em que o Mediterrâneo alcançava outras margens na Europa e no Oriente Médio, o Mar Morto é como um grande lago que ficou isolado entre as áridas montanhas de uma região cheia de histórias bíblicas.

Alimentado pelas águas do Mar da Galiléia e do já debilitado Rio Jordão, o Dead Sea está com os dias contados. Seu processo de evaporação é acelerado e segundo estimativas não muito otimistas poderá desaparecer em menos de 50 anos por causa da drenagem feita por Israel e Jordânia para coleta de água doce.